segunda-feira, abril 25, 2011

10 PERGUNTAS PARA GABRIEL BRODAY.

Uma entrevista com o jovem enxadrísta ponta-grossense, que recentemente arrebatou o prêmio do mérito desportivo do município e tem se firmado no hall dos grandes talentos da modalidade. Na entrevista Gabriel nos fala sobre os eventos que ainda gostaria de participar, sobre os jogos abertos e de certa forma presta uma homenagem ao nosso querido Vitório Chemin.


1. XP: Porque Xadrez? O que o atraiu neste jogo?

Broday: Comecei a jogar por influência da minha mãe, que mesmo sem saber jogar sempre quis que eu aprendesse. Por esse motivo me inscreveu no xadrez na escola em que eu estudava, acabei gostando e desde então não parei mais.

2. XP: Você espelhou-se em algum jogador para prosseguir jogando? Algum ídolo?

Broday: Dos jogadores a nível mundial, eu gosto muito do Shirov, suas partidas sempre têm algo a mais do que aparenta, um diferencial. Mas sem dúvida um grande ídolo é o Vitorio Chemin, por conviver sempre com ele e pela experiência que ele passa não tem como não ser fã.

3. XP: No último paranaense absoluto, disputado em Campo Mourão, você foi considerado como sendo uma das boas surpresas da competição. Você acha que poderia ter conquistado um resultado ainda melhor?

Broday: Bom, antes do torneio eu esperava fazer mais ou menos o que consegui. Ganhar alguns pontos de rating fide e jogar boas partidas. Mas acabei saindo decepcionado do torneio. Desperdicei boas chances, principalmente contra o Yano na 8ª rodada, uma vitoria naquela partida me colocaria numa excelente condição no torneio. Infelizmente acabei cometendo erros bobos, talvez pela falta de experiência, que me custaram caro no final.

4. XP: Recentemente você recebeu o prêmio de mérito desportivo da Cidade de Ponta Grossa, sem dúvida uma grande honraria, como se sentiu quando soube da notícia?

Broday: Me senti reconhecido e muito feliz, saber que alguém acompanha seus resultados e no final o premia por isso, é gratificante.

5. XP: Qual você considera sua melhor partida? Fale sobre ela.

Broday: Tem muitas partidas que eu gosto, mas a que me vem na cabeça de imediato é contra o Vitor Hugo no paranaense desse ano. Ele vinha de derrota na rodada anterior, e eu de um bom empate contra o Anderson Dias. Resolvi jogar de ultima hora uma variante que já vinha estudando, mas nunca tinha posto em pratica, a Botvinnik da semi-eslava. Acabei acertando bons lances durante a partida e me aproveitando de alguns erros dele que me resultaram numa bonita vitória.

Eis a partida:

Borges,V (2103) x Broday,G (1977) - Defesa Semi-eslava (Variante Botvinnik)[D44]
PR abs - Campo Mourão, (4), 26.01.2011

1.d4 d5 2.c4 c6 3.Cf3 Cf6 4.Cc3 e6 5.Bg5 dxc4 6.e4 b5 7.e5 h6 8.Bh4 g5 9.Cxg5 hxg5 10.Bxg5 Cbd7 11.g3 Bb7 12.exf6 c5 13.d5 Bh6 14.Bxh6 Txh6 15.Bg2 Cxf6 16.Dd2 Th5 17.Cxb5 Te5+ 18.Rf1 Cxd5 19.Dh6 Tf5 20.Dh8+ Re7 21.Dh4+ Tf6 22.Rg1 Db6 23.Dxc4 Tc8 24.Te1 a6 25.Cc3 Dxb2 26.Ce4 Ce3 27.Dd3 Cxg2 28.Dd6+ Re8 29.Cxf6+ Dxf6 30.Td1 Df3 31.Dd7+ Rf8 32.Dd6+ Rg8 0-1

6. XP: Qual ou quais seus objetivos na modalidade neste momento? Pretende tentar a carreira profissional ou talvez mude para o pôquer a exemplo do que tem acontecido com parte dos jogadores de xadrez?


Broday: Nem um nem outro. Hahaha. Jogo xadrez mais por hobby, sinceramente acho que não tenho nem tempo nem nível para tornar o xadrez minha profissão. E quanto ao poker, a mesma coisa, jogar só de vez em quando para se divertir.

7. XP: Qual sua opinião sobre o desenvolvimento do xadrez na sua cidade?

Broday: Eu acho que o xadrez em ponta grossa podia ser bem melhor do que é. Tem pessoas aqui que acham que são as donas do esporte na cidade, e acabam não fazendo nada. O grande problema é a organização , se um jogador daqui quiser jogar bons torneios , não encontrará na cidade.

8. XP: Neste ano o xadrez será disputado apenas na fase final dos Jogos Abertos do Paraná, qual sua opinião sobre o fim das regionais para o xadrez?

Broday: Sem duvida é uma melhora para a modalidade. As regionais acabaram prejudicando o desenvolvimento do esporte, pois tomavam tempo e as vezes acabava fazendo com que equipes fortes se matassem na regional, enquanto outras equipes de mais baixo nível técnico pegassem uma regional mais fácil e se classificassem . A extinção das regionais garante uma fase final mais interessante do ponto de vista técnico.

9. XP: Qual você considera sua principal virtude e o que tem que melhorar?

Broday: Eu me considero um bom jogador de meio jogo, um jogador que consegue reagir nas partidas, que luta o tempo inteiro. Porém acho que tenho muito a melhorar na abertura e final, me faltam muitos conceitos ainda nessas duas fases do jogo, que acabam fazendo muita diferença e me castigando em algumas partidas

10. XP: Qual a competição você ainda pretende disputar? Qual seria seu “sonho de consumo”?

Broday: Pretendo jogar torneios no exterior,na Europa principalmente, usar as viagens para aprimorar o xadrez e conhecer lugares diferentes.

O Blog Xadrez Piraí agradece ao enxadrísta Gabriel Broday pela entrevista e deseja muito sucesso em sua carreira.


Em nossa pauta de entrevista, para o mês de maio, nosso convidado será o Mestre maringaense Jomar Egoroff.

2 comentários:

Prof Pedro disse...

Gabriel Broday... sem dúvida um Gentleman como ser humano e com um potencial invejável, no xadrez.
Seu reconhecimento pelo Ídolo, o Mestre Vitório Chemin o eleva ainda mais e prova que seu prêmio de mérito desportivo vai além da sua técnica enxadrística, mas também, pela humildade e carisma que lhe é peculiar.
Parabéns pela entrevista.
Valeu, Maurídes, obrigado mais uma vez...

Blog do Maurides disse...

A gente fazer o melhor. Pelo blog já tivemos a oportunidade de entrevistar várias pessoas renomadas, inclusive o Prof. Pedro, q além de um gigante da arbitragem é uma reserva moral do nosso país. Ter o Gabriel como um dos grandes talentos paranaenses a figurar no blog é igualmente motivo de orgulho para mim.