terça-feira, março 26, 2013

"REDESVIRANDO" A TORRE.

Publico texto interessante do nobre Iridio Moura, grande amigo pessoal e companheiro do Clube de Xadrez de Curitiba. 
Realmente, amigo, o Xadrez é simples, nós é que o complicamos. 




Considero o tema da “torre virada” no xadrez, mais importante do que se possa pensar a princípio.

Ao colocar um peão na oitava, seguir a clara regra e clamar ao árbitro, para que este forneça uma dama, equivale a transformá-lo em boleiro (catador e repositor de bola) no tênis de campo ou em gandula no futebol, sem deméritos a estas nobres funções.
Creio que o árbitro no xadrez tem tarefas bem mais críticas a cumprir.
Visto que a promoção de peão se verifica normalmente em estágios avançados da partida, a possibilidade de acontecer concomitantemente a ocorrências noutras mesas, em que seja mais necessária a presença do árbitro, é aumentada. Nestas situações, qual a penalidade a quem, em vez de apelar ao árbitro, pule a cerca para pegar uma dama em tabuleiro vizinho?
No ambiente dos jogos de xadrez, em que se exige silêncio, é óbvio que barulhos devem ser evitados. Isto inclui evitar chamar o árbitro, às vezes aos berros, conforme muitas vezes se ouve, dependendo do ambiente, a discrição do chamador, a distância e grau de audição do árbitro.
Sem teoria conspiratória, numa hipótese absurda, mas desde que absurdo não é ‘abmudo’, o grito chamando o árbitro pode até funcionar como sinal a outros jogadores, mormente em disputa em equipe. No caso, o berrador, se não está preste a coroar o peão, pode pedir desculpa por “se enganar” ou alegar que está se preparando para a possibilidade, ainda que remota, de futura promoção. Qual a punição disto?
Por falar em ‘abmudo’, com todo o respeito e carinho com quem tem dificuldades permanentes ou transitórias na fala, como um mudo chamará o árbitro? E o constrangimento que passará um fanho?
No caso dum gago, em caso extremo, pode acontecer de ao chamar o árbitro, antes dele conseguir falar bi, os solidários próximos de mesa já lhe abanaram no rosto o que tinham perto ou fizeram respiração boca-a-boca, na falta de tubo de oxigênio.
Como o árbitro entenderá e atenderá quem implorar a dama numa língua que lhe pareça grego?
A paralisação do relógio, em quaisquer circunstâncias, geralmente é crítica. Há maravilhosos relógios, operários incansáveis, que continuam andando e trabalhando mesmo após ‘parados’.
Além disso, o tempo adicional que se tem pra examinar a partida, enquanto se espera que a Srª Dama se digne a vir, contraria o espírito do uso do relógio, pra marcar o tempo real de reflexão de cada um, durante seu lance.
E durante a espera o promovedor, no tempo morto, tempo de ninguém, pode examinar e concluir que coroar dama não é o melhor. Daí quando o árbitro chegar com a dama ele vai dizer “Desculpe, eu quis dizer bispo (torre ou cavalo)”? Como é que fica se ele já declarou o que iria coroar, mas não efetuou a transformação?
Entendo que essa regra, ainda que bem intencionada, é no mínimo elitista, alienada, complicadora e preconceituosa.
Elitista por julgar que sejam privilegiadas as condições de todos os organizadores, com árbitros e peças sobrando. Alienada, por consequência, ao desconhecer ou desprezar a realidade de muitos, talvez a maioria.
Complicadora por envolver a parada do relógio e a intervenção do árbitro, qual garçom sem bandeja, que de repente pode pretender remuneração por dupla função (brincadeirinha, é claro).
É bem mais simples a virada de uma torre! Por mais que algum figurinista/ estilista, com senso estético apurado e/ ou cheio de ‘frescura’ ache que falte um toque de charme pra nova rainha, com chapéu chato de feltro, de chumbo aparente ou um oco no lugar da coroa.
Preconceituosa por prejulgar que um jogador, após promover o peão a dama e acionar o relógio, ao constatar que seria melhor promover outra peça, possa alegar que a torre de pernas para o ar é torre, bispo ou cavalo.
É estranho coroar torre e colocá-la invertida. E é raríssimo promover um bispo já tendo dois clérigos no tabuleiro ou um cavalo com uma parelha de equino no páreo. Se não tem é porque algum está à margem do tabuleiro. Certo?
 Considerando tudo declaro minha disposição em fazer um protesto pacífico ao Regulamento da FIDE, que nem poderá ser caracterizado como desobediência civil, pois legal, sem gritos de palavras de ordem, sem faixas e/ ou cartazes, sem nariz de palhaço, sem tirar a roupa, sem deitar no chão, sem jogar tomates, ovos, moedas...
Como para o Regulamento da FIDE torre virada continua sendo torre, para caracterizar meu protesto, iniciarei as partidas da próxima etapa do Circuito CXC 2013 de Xadrez Rápido com as torres viradas, com todo o respeito. E continuarei com elas plantando bananeira, enquanto o adversário e/ ou a arbitragem não se incomodarem e permitirem.
Assim, pelo menos haverá alguma coisa de diferente no início de minhas partidas.
Espero que meus adversários compreendam, não estranhem e nem considerem desrespeito. Longe disto.
Se coroar algum peão em torre a colocarei na postura habitual, pra não ser incoerente com o que disse estranhar.
Afirmo que esta atitude não é de protesto à organização e arbitragem do Circuito CXC, que tem sido de excelente qualidade, da mais alta competência e lisura, uma das razões pelas quais tenho sido o mais assíduo aos torneios.
Para quem, talvez com toda a razão, ache ridículo este gesto, expresso minha opinião que a regra em questão e/ ou sua interpretação consegue ser ainda mais ridícula.
Iridio Moura, com a camisa do Barça.

É fácil imaginar alguém berrando pelo árbitro, talvez até dizendo “Árbitro, dama!” e se ele não for dama não gostar da cantada, digo chamada. Mas o árbitro se despencar, trazer a dama, ela ser colocada no tabuleiro e ela em segundos ser tomada, como muitas vezes acontece, é ridículo! Ou não é? Neste ínterim não afetou o entorno?
Aos que entendem que estou perdendo tempo e teria coisas mais importantes a fazer, confidencio que é exatamente isto que penso de quem estipulou esta regra e/ ou entendimento de regra.
A organização de um torneio pode optar, dentro de alguns parâmetros, na cadência de jogo, modalidade de disputa, sistema de emparceiramento, critérios de desempates, tipo de peças/ tabuleiros/ mesas/ cadeiras/ relógios, horário das partidas, local, tempo de tolerância para estar na mesa, uso do celular, etc.
Assim proponho que convencionem no regulamento do torneio, para todos os efeitos, que “torre virada” é considerada dama e só dama, sem confundir com qualquer outra peça. Simples!
Porém, se a opção for manter a disposição criticada, é recomendável nos regulamentos que determinam aos participantes trazerem peças, que estipulem trazerem duas ou mais damas de cada cor.
Para uma torre, salvo as raras pontudas ou rombudas, o procedimento de ficar de pernas para o ar, além de já estar arraigado, é mais simples, fácil, prático, rápido, barato, silencioso, seguro, menos interventor e perturbador do ambiente! E justo!!
“En passant”: homenageio o Justo Reinaldo Chemin, novo Mestre Nacional de Xadrez, que levantou este assunto! E concorde lembro uma frase que nas palestras ele geralmente fala: “O xadrez é simples, nós é que complicamos!”.
Em muitos ambientes organizacionais, para quem está complicando algo, há um gesto de mandar um beijo, às vezes acompanhado da palavra KISS, em inglês, no caso acrônimo de “Keep It Simple, Stupid”.
 A essência da burocracia é criar dificuldades para vender facilidades e há até o pensamento “Se é possível complicar, para que facilitar”. No xadrez aprendi que dentro do tabuleiro só se deve complicar quando se está em desvantagem e simplificar ao estar em vantagem, mas fora dele me parece que o ideal é geralmente o contrário.
Um abraço aos que tiveram paciência e compreensão com esta mensagem e um beijo inglês (bem diferente do soco inglês), aos outros, sem chamar ninguém de estúpido.
 A quem achar que compliquei e retribuir com “beijinhos, beijinhos”, não responderei “tchau, tchau”, pois o exercício do contraditório, o direito sagrado que os jogadores têm de fazer seus lances, e na impossibilidade ou desistência deles cumprimentar o adversário, é dos aspectos que mais admiro no nobre jogo-ciência-arte do xadrez.
Estou bem ciente que esta é uma posição modestíssima, de alguém na enorme multidão, onde “Gens una sumus”.   Sei também que a FIDE nem tomará conhecimento de tal fato, ainda que eventualmente seja informada dele. Pelo menos faço a minha parte e sem me omitir espero que agora a torre que se vire.
Pra simplificar e sintetizar tudo, fico apenas neste clamor que repito: A TORRE QUE SE VIRE!!!

segunda-feira, março 25, 2013

FESTIVAL PARANAENSE DE MENORES - 2013

Piraí do Sul, esteve presente em mais este importante evento do estado. 


Terminou neste domingo (24), no Ginásio do tarumã em Curitiba o Festival Paranaense de Xadrez para Menores 2013. Foram disputadas as categorias Sub 08 anos a  Sub 18 anos,  masculino e feminino. O evento foi promovido pela Federação de Xadrez do Paraná (FEXPAR), em parceria com a Secretaria de Esporte do Estado (SEES) e Prefeitura Municipal de Curitiba.

O município de Piraí do Sul teve a participação de 23 jogadores, a maior delegação, fora a cidade sede, ao todo, participaram da competição enxadristas dos municípios de: Cruzeiro do Oeste, Paranavaí, Ponta Grossa, Piraí do Sul, Londrina, São José dos Pinhais, Manoel Ribas, Ibiporã, Foz do Iguaçu, Siqueira Campos, Apucarana, Douradina, Guamiranga, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão e Maringá. 

Segundo o Coordenador da Modalidade, Maurides Júnior, "nossas maiores expectativas ficaram por conta das categorias Sub 16F, destaque para Ingryd Salete Borges com um ótimo 3.º lugar na competição,  e Sub 14M, com destaque para João Vitor Solak de Souza, e se concretizaram. No Sub 18 também obtemos premiação, assim como no Sub12M, é importante ressaltar que boa parte dos nossos atletas participaram pela primeira vez da competição, o que é gratificante, fruto de um trabalho de renovação e que já começa a apresentar novos talentos. Vamos aumentar ainda mais o número de praticantes com a implantação do Xadrez Escolar." 

O Secretário de Esportes e Lazer, Hélio Saldanha Júnior, afirma que "é sempre importante a participação de nossos atletas em competições de alto nível e que possibilitem nossos atletas a adquirir novas experiências, dentro das políticas esportivas do município isso tem grande importância, os resultados aparecem com o tempo e tendem sempre a melhorar". 

As melhores colocações piraienses foram:

Sub 12M
8.º Bryan Vonei Borges

Sub 14F
6.ª Beatriz Bartmeyer

Sub 14M
4.º João Vitor Solak de Souza
7.º Luiz Fernando Lemes Ferreira
8.º Douglas Rentz Staron

Sub 16F
3.ª Ingryd Salete Borges
6.ª Susana Maria Bartmeyer
9.ª Maria Verônica Bartmeyer

Sub 18M
10.º Guilherme Antonio Bartmeyer




Agradecimentos:

A comunidade enxadrística de Piraí do Sul agradece à Prefeitura Municipal pelo apoio que tem dado à modalidade, aos pais, pela confiança e aos jogadores, pelo empenho e dedicação com que representam as cores piraienses. 

Confira os resultados com as melhores colocações na página da Fexpar.

Galeria de fotos


sexta-feira, março 08, 2013

NOTA DE ESCLARECIMENTO.


Em virtude das dificuldades enfrentadas pelo município no tocante aos casos de Dengue que acontecem atualmente no município de Paranavaí, e como os promotores não tem como garantir que, à época da realização da competição (22 a 24 de março), a situação poderia estar controlada, e para evitar problemas que pudessem empanar a realização da competição, a FEXPAR - Federação de Xadrez do Paraná resolveu transferir a realização da fase final do Campeonato Paranaense de Xadrez de Menores (Categorias sub-08 a sub-18) para a cidade de Curitiba, sob sua organização. Paranavaí deverá sediar as competições relativas aos campeonatos paranaenses das categorias Juvenil (Sub-20) e Jovem (Sub-26), com previsão de realização para o mês de abril. Estes torneios terão participação menor de atletas, dispensando alojamentos adaptados e permitindo melhor controle da situação por todos os participantes. Além disso, em Abril, já no começo do Outono, os problemas ora enfrentados pela cidade deverão estar atenuados.
Neste sábado, 09 de março, o Clube de Xadrez de Paranavaí estará realizando competição regional visando selecionar atletas para a participação na fase final do Paranaense de Menores. O início das competições está previsto para as 14:00H e o local é a sede do Clube de Xadrez, anexa ao prédio onde funciona a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, próximo ao Ginásio Noroestão.

Obrigado.

Clube de Xadrez de Paranavaí
José A.Tavares.

LANÇAMENTO DO PROJETO DE XADREZ ESCOLAR EM PIRAÍ DO SUL.


A secretaria municipal de Esportes e Lazer lançou na quarta-feira (6) o projeto 'Xadrez Escolar', uma parceria com a secretaria municipal de Educação para que cada escola da rede pública municipal tenha seu próprio professor em sala de aula para ensinar os primeiros passos aos alunos. Além disso, o projeto prevê a capacitação dos professores municipais com certificação da Federação de Xadrez do Paraná e a realização de um Festival de Xadrez Escolar.

Segundo o secretário de Esportes e Lazer, Hélio Saldanha Júnior, a reunião foi muito produtiva, pois as “diretoras foram muito receptivas e ficaram empolgadas com o projeto”, disse. A ideia é lançar o xadrez como piloto e fazer o mesmo com as outras modalidades, além de estender para as áreas rurais". O coordenador da modalidade, Maurides Júnior, explica que o xadrez escolar é extremamente importante. “Além de melhorar o rendimento escolar, melhora o comportamento em sala de aula, aumenta o poder de concentração e se revela um grande celeiro de talentos para o esporte de rendimento”.

As aulas de xadrez acontecerão na própria escola e serão dadas pelos professores da rede pública.

O projeto está de acordo com a Lei Municipal 1533/2007 e teve como base a experiência de Xadrez Escolar de Francisco Beltrão, implantada pelo Professor Jerry Pilati, professor e tradutor do Livro "Por que Xadrez nas Escolas?", de Uvêncio Blanco. 

Confira a matéria na página da Prefeitura de Piraí do Sul.