sábado, dezembro 22, 2018

UM DIA PARA LEMBRAR - MARIA VERÔNICA BARTMEYER

Há algum tempo publiquei um texto no blog, "um dia para lembrar", na época, compartilhei a história sobre a inauguração do Clube de Xadrez Professor Hélio Saldanha. O texto pode ser visto aqui.

Acredito que todos nós já tivemos um dia inesquecível, um dia para lembrar, hoje abrimos espaço para a enxadrista Maria Verônica Bartmeyer contar parte de sua vida com a Família Xadrez Piraí.  

Boa leitura!

A MINHA BUSCA
Por Maria Verônica Bartmeyer

Jogar xadrez para mim é, como disse dom Quixote, alcançar a estrela inatingível. Não estou louca, muito menos pretendo enfrentar torres, digo, moinhos de vento. Mas quando inicio uma partida, a única certeza que tenho é que lutarei até o fim.


Enxadristas como José Raul Capablanca e Garry Kasparov me inspiraram por sua audácia, enxadristas como Wilhelm Steinitz e Aaron Minzowitsch por sua originalidade e, enxadristas como Luan Stori e Maurides Jr. por sua presença em minha vida.

O Luan foi a primeira pessoa de minha equipe que eu acompanhei ganhar uma medalha nos Jogos da Juventude do Paraná - JOJUPs, o que ocorreu na modalidade xadrez relâmpago em 2010, fase final, quando jogava por Castro. Mais tarde, ele foi meu professor de xadrez.


O Maurides foi meu técnico quando eu ganhei minha primeira medalha na final dos Jogos da Juventude, em 2012 na modalidade xadrez rápido, e é meu técnico e amigo até hoje.

E se, às vezes, tudo parece girar em torno dos Jogos da Juventude, é porque para mim as conquistas em equipe sempre tiveram um valor especial, acima de qualquer feito individual, mas sem esquecer da importância de cada um da equipe.


Gosto de lembrar do primeiro Juventude que eu joguei pela equipe de Piraí do Sul, quando ainda havia a fase regional como classificatória para a final.

Na fase regional de 2011, enfrentamos entre outras, Castro, Pinhão e Ponta Grossa. Nossa equipe era composta pelas atletas Ingryd Salete Borges, Susana Bartmeyer, Mariana Soek e eu, que treinávamos juntas desde o início do ano, e pela Mariana Mazepa, atleta convidada de Ponta Grossa. Lembro que a última partida do convencional, que decidiria qual equipe iria para a final foi contra as meninas de Pinhão, e eu enfrentei a mais forte.

Sinceramente, não lembro do jogo, se venci ou se perdi, então é provável que eu realmente não tenha ganho. Mas lembro bem da firmeza de cada uma das meninas que jogavam ao meu lado. Lembro da certeza de que aquele momento era importante para cada uma de nós, pois queríamos ter a chance de mostrar do que nosso jogo era capaz, e queríamos fazer nosso xadrez crescer, assim como nossa união e amizade.


Ah! Eu lembro muito bem da expressão de tensão e esperança no rosto do técnico Maurides durante este match final e como sua presença me deu mais força e coragem para jogar e dar o meu melhor.

Por uma pequena diferença, vencemos Pinhão, conquistamos a prata atrás de Ponta Grossa e lamentavelmente esquecemos de comprar spray cor de rosa, que o Maurides disse que usaria no cabelo se passássemos para a final.

E este foi o início da fase mais marcante da minha vida de atleta de xadrez. Como Dom Quixote, vou continuar a “sonhar o sonho impossível” e “tentar quando as forças se esvaem”, mas meu sonho não é mais vencer o JOJUPs e, embora sempre será vencer o adversário mais forte ou, o “inimigo invencível”, eu ainda, longe de qualquer audácia ou originalidade, quero estar presente e lutar até o fim por uma equipe que chamo de minha família: Xadrez Piraí do Sul

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