terça-feira, dezembro 25, 2012

10 PERGUNTAS PARA WFM VANESSA FELICIANO

Para fechar com chave de ouro o ano de 2012, o blog Xadrez Piraí tem a honra de entrevistar a WFM Vanessa Feliciano
Nesta entrevista, Vanessa fala um pouco de sua carreira, sua relação com os fãs e sua busca pelo título máximo do xadrez feminino, WGM.
A catarinense iniciou suas atividades enxadrísticas incentivada pelo pai aos sete anos de idade, e teve em seu pai o treinador por dez anos. 
Vanessa é uma vencedora nata (confira aqui suas principais conquistas), e agora luta pela sua norma definitiva de WGM. 

1. Fale um pouco de sua carreira.
Comecei a jogar xadrez com 7 anos, foi meu pai quem me ensinou e me treinou por 10 anos. Ele é meu grande incentivador. No final de 2007 comecei a treinar com o MF Álvaro Aranha que me ajudou muito a evoluir. Atualmente, Álvaro segue como meu treinador e tenho aulas com o GM Gilberto Milos.

2. Como é sua rotina de treinamento? Como é sua preparação pré-evento?
Treino todos os dias por cerca de 3 horas. Antes de algum torneio tento estender esse tempo de estudo e direcionar o treinamento para revisão das minhas aberturas.

3. Você é detentora de uma vasta lista de conquistas. Qual você considera a mais importante?
Tem algumas conquistas importantes, mas acredito que as duas normas de WGM conquistadas nas Olimpíadas de 2012 foi mesmo especial, pela dificuldade, pelo desempenho e pelas partidas que acho que foram boas.

4. Além de grande jogadora, você também é reconhecida pelo carinho e atenção que dá aos seus fãs, recentemente, no Aberto do Brasil, em Maringá, pude constatar que você realmente atende a todos com muito carinho e atenção. Fale um pouco da relação com os seus fãs.
Fãs?! Rs. Acho que muitas pessoas torcem e acompanham, e é muito bom receber o carinho das pessoas e saber que elas estão e continuam torcendo, mesmo quando o resultado não é dos melhores (rs).

5. Com 7.0/9.0 nas últimas olimpíadas na Turquia você foi recebeu o título de WGM, a primeira do país. Sem dúvida uma láurea e tanto. Já havia vislumbrado esse momento?  
Na verdade, algumas pessoas ficaram em dúvida sobre isso, mas o que eu consegui nas Olimpíadas foram duas normas de WGM das três necessárias e não o título. Ainda falta uma norma e alcançar o rating (2300). Mas de qualquer forma, foi uma conquista muito importante e fiquei muito feliz, preciso continuar estudando e melhorando, pois acredito que o título será uma consequência.

6. De uma maneira geral, incluindo premiações, incentivos, eventos, etc., como você vê o xadrez feminino no Brasil?
Acho que melhorou muito para o xadrez feminino, as oportunidades, incentivos e a iniciativa dos pré-olímpicos foi muito boa, já que tivemos a melhor equipe representando o Brasil. Em consequência disso, acredito que o nível das jogadoras tem melhorado claramente. Espero que isso possa continuar e até melhorar.

7. Como foi o episódio do médico que disse “Poderia ser um menino para jogar xadrez…”?
(Rs) Somos em três irmãs em casa e sou a mais nova. Meu pai sempre quis ter um menino para jogar xadrez e as pessoas na cidade o conheciam como enxadrista também. Eu fui a última tentativa, mas quando nasci, o médico foi até meu pai e disse: “É Nilo, poderia ter sido um menino para jogar xadrez”. Muitos anos depois, pude conhecer o médico, ele se lembrou da frase e ficou feliz porque mesmo menina, segui os passos do pai.

8. “Talentos não nascem, eles são criados”. Essa era a tese do professor húngaro Lázaro Polgar (László Polgár), autor do livro “Bring Up Genius! Você concorda?
Acredito que as pessoas nascem com algum tipo de característica de personalidade ou algum talento que podem ajudam com o xadrez, mas se esse talento não for desenvolvido em nada vai ajudar, e mesmo se for desenvolvido, mas a pessoa não se dedicar, não estudar e não se esforçar, de nada ele vale. É o que por vezes falamos que tal pessoa “leva jeito pra coisa”, muitos levam jeito, mas são poucos que se dedicam de verdade, e é o trabalho duro que faz a diferença.

9. Você acha que ainda existe preconceito com o xadrez feminino, algo do tipo, “Não admito perder para uma mulher”?
Acho que existe sim. Mas penso que com o tempo isso vai acabar as mulheres estão muito bem, conquistando seu espaço e mostrando que podem encarar os homens de igual pra igual!

10. E em 2013, quais os planos da WMF Vanessa Feliciano?
Ainda não tenho muitos torneios programados e confesso que ainda não fiz um planejamento com Álvaro. Mas gostaria muito de conseguir o título de WGM em 2013, quero que seja um ano de muito estudo e de muitos torneios, porque isso é o que eu mais gosto.

Considerações finais.
Gostaria de agradecer ao Maurides pela oportunidade e pelo espaço. Desejar a todos os leitores um feliz 2013, cheio de torneios! =)

O Blog Xadrez Piraí agradece a WFM Vanessa Feliciano pela entrevista.


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