segunda-feira, dezembro 09, 2019

XVI FESTIVAL SUL-AMERICANO DA JUVENTUDE DE XADREZ

Por Maurides Júnior

Não me considero um grande treinador, prefiro acreditar que sou um bom organizador e um ótimo agregador de pessoas. Mas, sem querer parecer arrogante, sou um dos profissionais que mais ama o que faz, que mais ama os seus alunos e atletas e que por eles encaro obstáculos e dificuldades sem pestanejar. E assim o farei, enquanto puder! 


Quem me conhece sabe que morro de medo de viajar de avião, nunca tive tal experiência até que chegou o dia que tive que encarar o desafio, e assim o fiz. Já tive outros medos e as pessoas que me cercam me ajudaram da melhor forma possível para que eu os vencesse. Desta vez, para perder o medo de avião, a maior motivação que tive foi a atleta Mitzi Vedan de Ramos, a quem eu carinhosamente chamo de Mi. E como ela fez isso? Sendo determinada! Encarando os adversários do tabuleiro sempre com garra e vontade de vencer! E isso foi o combustível para que eu decidisse encarar mais este desafio. Para quem não tem medo de viajar de avião, isso pode parecer algo pequeno, mas acredite, vencer um medo não é tarefa fácil. Enfim, consegui! Fiz pela Mitzi, afinal, havia prometido a ela que iria e devemos sempre cumprir nossas promessas. Mas, fiz por mim também, derrubar obstáculos, vencer os desafios, sempre foi uma máxima que procurei seguir ao longo da vida! E os aconselho, vale à pena! 

Foto oficial da delegação Brasileira em Buenos Aires.
Na concentração das delegações eu realmente me senti orgulhoso, representar o Brasil é algo surreal, 
com certeza uma marca indelével e que deve ficar pra sempre em minha lembrança. 
A competição em si era algo esperado, alto nível. Temos talentos gigantescos na América em todas as faixas de idade. Particularmente no Sub 12F as principais rivais eram as próprias brasileiras, além das argentinas e das peruanas. Mitzi portou-se como a grande jogadora que é, respeitando todas as adversárias, e acreditando que era possível vencê-las. Nossa representante perdeu apenas duas partidas em nove rodadas, a mais dolorosa, na última rodada, para a brasileira Sabrina Camargo Viertler. É possível ver algo de positivo na derrota? É claro! Mitzi foi às lágrimas naquele momento, um choro que demonstrou o quanto ela é gigante! Demonstra o quanto ela quis vencer e por algum motivo naquele momento não foi possível. O choro da Mitzi também foi o meu choro. Mas é preciso por na balança e ver que houve um saldo extremamente positivo em tudo isso. É importante lembrar de toda a jornada até chegar naquele momento, toda a mobilização para que a participação da Mitzi fosse possível, todas as conversas, os incentivos, as doações, os patrocínios, as campanhas... naquele momento o meu choro foi de alegria, por tudo o que passamos juntos. Não Mitzi! Você não foi derrotada! A derrota se dá quando nem ao menos tentamos! E você não desiste! Mesmo com pouca idade, acredite, você serve de inspiração para muita gente, inclusive para mim. 

Vamos sempre carregar esta bandeira! 
Quero demonstrar aqui o grande apreço que tenho por todos que ajudaram a tornar real este sonho. Sem vocês isso não teria acontecido! Em especial à Rafaele Silva, minha companheira de toda a vida. 

Laços de amizade duradouros. Assim deve ser o esporte. 

Como diria meu amigo Joca de Deus, "Peão pra frente!" Tenho certeza que 2020 trará fortes emoções para a Família Xadrez Piraí e possamos juntos encarar os desafios, superar os limites e mostrar do que somos feitos! 

Que cada um de vocês escreva a sua própria história, mas nunca esqueçam da história que construímos juntos. 

Obrigado, Xadrez Piraí! 

Para saber mais sobre o evento realizado em Buenos Aires de 30/11 à 06/12/2019 acesse: 

Classificação final:

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns pelo belo trabalho